Da esquerda para a direita: Hero O'Hara, Luke Powerhand,
Tony Hanover, Jake Killer e "The Quick" Pikanen
Alguns países destacam-se na arte de fazer rock pela qualidade das bandas que lá surgem. Quem nunca ouviu falar na clássica escola de heavy metal inglesa, ou a Thrash Bay Area da Califórnia, nos EUA, ou o metal extremo dos países escandinavos (em especial a Noruega), ou mesmo a qualidade em praticamente todas as vertentes advinda de terras alemãs? No entanto, um desses países potência do rock, ao meu ver, passa despercebido à maioria, sendo por muitas vezes subestimado, inclusive. Este país é a Suécia, fortíssimo, assim como a Alemanha, em várias vertentes, dos mais variados tipos - embora as bandas suecas sejam mais underground na maioria das vezes, se comparadas às bandas bávaras. Algumas bandas até conseguiram seu lugar ao sol, entre as quais a banda pop ABBA e a banda de glam rock/hard rock Europe. Mas neste post eu vou dar atenção a uma banda underground mesmo, bem da veia heavy metal: o Hiroshima.
Ainda mais complicado que achar algo sobre o Hardholz é encontrar algo sobre o Hiroshima. Sabe-se que foi uma banda fundada em 1979, em Estocolmo. Em sua formação original, contava com Tony Hanover (vocal), Hero O'Hara e Luke Powerhand (guitarras), Jake "Jouko" Killer (baixo) e Raimo "The Quick" Pikanen (bateria). Lançaram dois compactos, Soldier of the World (1983) e Rock 'n Roll Priest (1984). Os dois singles seriam aproveitados para o único disco da banda, o Taste of Death, de 1984, para o qual o post é dedicado. Depois do lançamento do disco, Raimo sai da bateria da banda, e em seu lugar entra Örjan Englin. Devido à baixa repercussão do disco, a banda encerra suas atividades em 1988.
Os integrantes têm alguns fatos bem interessantes que julgo serem relevantes: Hero O'Hara e Luke Powerhand são irmãos - o que prova que sua afinidade vai bem além dos duetos de guitarras, como no solo de Midnight Fighter, bem ao estilo de uma outra dupla de guitarristas (quase irmãos, eu diria) que fazia muito sucesso à época: sim, Dave Murray e Adrian Smith, do Iron Maiden. Além do mais, ambos são finlandeses, assim como Raimo Pikanen. Aliás, Raimo ganhou o apelido de "The Quick" (literalmente, o veloz) nas outras bandas por onde havia passado anteriormente ao Hiroshima, e dizem que ele era um baterista, de certa forma, bem cotado pelos bandas dos barzinhos - e até algumas um pouco maiores - da capital sueca. Seu substituto, Örjan Englin, muitos anos depois de findo o Hiroshima, assumiu o posto de DJ na 106.7 Rockklassiker Radio de Estocolmo, sob o codinome Dr. Rock.
Analisando brevemente o disco: um petardo do heavy metal. Eu tenho certeza absoluta que, por mais que eu ouça bandas underground dos anos 1980, eu jamais acharei um disco melhor que este - no máximo um semelhante. É impressionante como a banda conseguiu atingir as nuances mais sutis de cada extremo do heavy metal, desde o som mais poluído do Saxon até o som mais limpo do Judas Priest em princípio de carreira; de todo o pragmatismo do Tygers of Pan Tang até os duetos de guitarras fascinantes do Iron Maiden, e ainda com um espacinho para baladinhas à la Def Leppard. Disco irretocável, simplesmente.
Track List
1. Taste of Death
2. Rock 'n Roll Priest
3. Lonely Room
4. Dreamworld
5. Down On My Knees
6. Midnight Fighter
7. Touch Me
8. Escape
9. The Loser