quinta-feira, 31 de março de 2011

blaze bayley - silicon messiah (2000)

Blaze Bayley




Creio conhecer o metal e as suas mais diversas vertentes de forma mais ou menos razoável, a ponto de opinar sobre seus heróis, vilões, mitos e aqueles que, por um motivo ou outro, ficaram renegados a uma imagem estereotipada, eu diria. Estes últimos, por muitas vezes, ficam limitados a um curto espaço de tempo, embora muito mais notório, em que não passaram uma impressão muito boa, mas que, ao se conhecer a sua história como um todo, percebe-se o quão injustiçados estes são. Acredito que Dave Mustaine, em razão de sua passagem conturbada (para dizer o mínimo) pelo Metallica seja um exemplo, visto que muitos fãs "iniciantes" da banda têm uma má impressão de sua banda, o Megadeth, justamente por causa disso. (Acreditem, eu tenho conhecimento de causa.) Mas não consigo imaginar, pelo menos de momento, um cara tão menosprezado quanto Blaze Bayley, em sua curta passagem pelo Iron Maiden.

Vamos ao contexto dos fatos: Bruce Dickinson, em meados de 1993, decidiu deixar a Donzela de Ferro e dar prioridade à sua carreira solo. Steve Harris convidou-o a terminar a tour do disco mais recente, Fear of the Dark, para que os fãs pudessem "se despedir" de Bruce, o Iron gravasse e lançasse alguns álbuns e DVDs ao vivo (onde entra, é claro, a questão do marketing)e para que a banda tivesse tempo de escolher um substituto. Por volta do final de 1994, haviam apenas três vocalistas restantes neste "processo seletivo": Doug White (que já havia cantado com o Rainbow e com a lenda das guitarras Yngwie J. Malmsteen), André Matos (brasileiro, fundador de bandas como Viper e Angra) e Blaze (que, à época, cantava no Wolfsbane).

Blaze gravou dois discos com o Iron Maiden, The X-Factor (1995) e Virtual XI (1998). Os discos contém alguns dos clássicos da banda, como Sign of the Cross, Futureal e The Clansman, algumas delas executadas nos shows até bem pouco tempo atrás, mas os fãs não gostaram do disco. Como Bruce e Adrian Smith (que estava fora da banda desde a Seventh Son of a Seventh Son Tour) desejavam voltar a banda, não restou outra alternativa a Steve Harris a não ser "chutar" o pobre Blaze. Este partiu então para sua carreira solo, cujo primeiro trabalho, Silicon Messiah, dá nome ao post.

Silicon Messiah é um álbum basicamente conceitual. Tem a temática baseada na inteligência artificial, a veneração ao silício (como o próprio nome sugere) e à perda dos valores humanos. A sonoridade lembra um heavy metal muito "pesado", por vezes flertando com o thrash, como na introdução de Evolution, a segunda faixa do disco. E se você espera algo pelo menos um pouco parecido com o Iron Maiden, além da temática "nerd", pode tirar o cavalinho da chuva: Blaze, que compôs todas as faixas do álbum, mostrou uma enorme personalidade e maturidade em seu debut. Alguns chegaram a apontar o disco como um dos clássicos do heavy, o que eu acho um exagero, apesar de concordar que o disco é realmente fabuloso.

Track List
1. Ghost in the Machine
2. Evolution
3. Silicon Messiah
4. Born as a Stranger
5. The Hunger
6. The Brave
7. Identity
8. Reach for the Launch
9. The Launch
10. Stare at the Sun

Baixe este álbum aqui.